terça-feira, 22 de setembro de 2009

Porque a Pedagogia falha?



Tanto a Pedagogia quanto a Psicologia abalaram as estruturas do mundo pós-guerra no que tangia aos assuntos educacionais,mas, de que maneira e em que proporções tais mudanças se concretizaram e em que interferem na educação contemporânea?

Nos idos do romantismo alemão,a preservação da criança tomou traços em sua base mais peculiar: os contos infantis. Quando se alteraram os contos de fadas de Perrault devido à sua intensa selvageria e conteúdo sanguinário, cunhou-se os contos de fadas infantis à la irmãos Grimm, cheios de fantasias e história de príncipes e princesas encantados, que mais tarde metamorfaram os produtores da Disney e tomaram o mundo sob a ekshis de cultura de massa de que tanto Adorno tratou.

Entretanto, a pedagogia falhou. Embora o movimento de proteçaõ à criança tenha começado no Romantismo, não posso deixar de pensar que, depois de tanto tempo, a Pedagogia não conseguiu se firmar como protetora da infância, tampouco de se mostrar ciência efetiva.

Sua primeira falha é, em sua historiografia, depender de qualquer outra ciência que nao seja, em si mesma, hermética: historiadores, psicólogos, biólogos, terapeutas, tecelões, agentes sanitários, dentistas, palhaços, malabaristas e etc. De tudo existirá dentro da Pedagogia, pois a Educação é um campo "científico" no qual tudo é válido e suas contribuições são, a bem dizer, tanto transdisciplinares quanto vazias de conteúdo propriamente pedagógico.

E ainda assim, mesmo se denominando ciência, mesmo contando com todas as outras ciências de apoio, ainda permanecem sobre as mesmas questões (qual a melhor abordagem, o aluno é um ser completo, qual a validade da educação, para que serve, blá, blá, blá), não respondendo-as, mas simplesmente "problematizando-as" ou "questionando-as". Todos os professores preferem apenas problematizar e responsabilizar os alunos de graduação pelas respostas, como se a resposta fosse partir dos estudantes, e nao dos estudiosos do assunto. Uma lástima.

Além disso, a posição docente acadêmica é frustrante: os professores universitários, e diga-se de passagem, professores de escritório, crentes de sua onipotência, arrogam-se a posição superior aos campos do ensino fundamental e médio, de tal maneira, que criticam ferrenhamente a prática de seus colegas de Ensino anteriores, certos de que suas próprias práticas são efetivas. Uma falácia...os piores professores que tive lecionavam no Ensino Superior. São, em suma, pouco praticantes do que tencionam ensinar.

E, por último, rejeito a Pedagogia porque estou certo de que quando me formar, serei o tal professor que a Universidade me forçou a criticar e a "problematizar" - e ainda permacerei sem perspectiva de um resposta efetiva.