domingo, 14 de março de 2010

Decadência moral e cívica



Todo jovem que, ainda que por alguns instantes, conversa com alguém de mais idade, enfada-se dos excessivos comentários acerca de como o passado é melhor que o presente, julfango-os, no mínimo, anacrônicos e desatualizados. Quem conversa com algum professor em situação semelhantes tem a mesma impressão.

Depois do surgimento da psicologia, pregando a liberdade de erro ao aprendente e a sua defesa em prol de uma mente ativa, feliz e livre, dispensou-se do ensino a disciplina e o respeito à autoridade, de modo que a arrogância e a ausência de limites no comportamento juvenil tornaram-se frequentes, quando não obrigatórios.

A pedagogia, nesse interim, não é menos inocente: educacionalmente, os professores perderam sua autoridade, e os conteúdos que lecionavam foram questionados de tal maneira que o sentido da aprendizagem inverteu-se, partindo-se do aluno para o professor autocraticamente.

Coadunando com as ciências - e legitimando o processo -a família do aprendente passou a defendê-lo tão ferrenhamente na tentativa de suprir a ausência familiar, disciplinadora e orientadora que deveriam ter, mas, porque, bem antes de serem pais (e sugestionados por práticas científicas um pouco equivocadas) preferem ser amigos deles. Uma lástima.

Tornou-se inegável a liberdade concedida ao jovem, entretanto, munidos de ciências que isentam de responsabilidades e protegidos por uma instituição insegura de suas convicções, o jovem encontrou-se à mercê de si mesmo, desorientado, mimado e - como não poderia deixar de ser - imprórpio para o convívio social.

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